A indústria de tecnologia viveu na passada quarta-feira, um momento histórico, com o depoimento simultâneo de Jeff Bezos, Sundar Pichai, Tim Cook e Mark Zuckerberg perante o Congresso dos EUA. Presidentes executivos da Amazon, Google, Apple e Facebook, respectivamente, tiveram de responder a perguntas sobre concorrência desleal, uso de dados e competidores para provar que as suas empresas não são demasiado poderosas.

Devido à pandemia do coronavírus, os executivos foram forçados a testemunhar remotamente onde tentarem assegurar que as suas empresas não estão anulando toda a concorrência ou prejudicando os consumidores.

No caso da Apple, os desenvolvedores de aplicativos têm acusado a Apple há anos de abusar do seu controle da App Store, implementando regras onerosas sobre aplicativos e cobrando até 30% de comissão sobre suas receitas. Apesar disso, o CEO, Tim Cook teve uma presença relativamente discreta na audiência, respondendo a apenas algumas perguntas sobre taxas e poucas sobre suas onerosas regras, que foram uma das principais reclamações entre os críticos.

Na sessão, Cook ressaltou, no entanto, que a empresa veta apps para proteger os usuários e não para “retaliar”, algo que está sob investigação não só nos EUA, mas na Europa – a Spotify, por exemplo, acusa a Apple de abusar de seu poder para ganhar espaço no mercado de streaming de música.

Jeff Bezos, da Amazon, foi questionado sobre se a Amazon aproveita seu papel de grande varejista para usar os dados de parceiros que usam sua plataforma e determinar que tipo de produtos a gigante deve desenvolver. Surpreendentemente, Bezos reconheceu a possibilidade de a Amazon ter usado incorretamente dados terceirizados de vendedores para tomar suas decisões.

Por outro lado, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi questionado sobre os e-mails internos enviados em 2012 em relação à compra da Instagram. Em um e-mail, Zuckerberg descreveu a possibilidade de a Instagram ser "muito perturbadora" para o Facebook. O Deputado Jerry Nadler mencionou que os e-mails provaram como o Facebook via o Instagram como uma ameaça e, em vez de competir com ele, decidiu comprá-lo. Em resposta, Zuckerberg não negou que via o Instagram como uma ameaça, e apontou como o acordo foi aprovado pela Comissão Federal de Comércio.

No geral, os CEOs das quatro gigantes de tecnologia fizeram questão de reafirmar que as suas empresas foram criadas pela América e para a América, com Zuckerberg a acrescentar que: "Se olharmos para a origem das maiores empresas de tecnologia, há uma década, a grande maioria era americana e hoje, quase metade são chinesas." Assim, o CEO do Facebook defendeu que regular empresas americanas aumentaria o poder de companhias chinesas, que não se pautam por valores “americanos”, como democracia, livre concorrência e liberdade de expressão.

Qual a sua opinião? Você acha que estas empresas têm muito poder? Estarão a eliminar a hipótese de concorrência externa?

O Congresso foi muito leviano com os CEOs? O que deve ser feito quando uma empresa se torna "grande demais"?

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Equipe Toluna